“Viajar é trocar a roupa da alma.” – Mario Quintana
Viajar nunca foi, para mim, apenas sobre deslocamento geográfico. É sobre permitir que cada cultura, cada paisagem e cada encontro me transforme por dentro. A cada jornada, sinto que vou desfiando os fios antigos que já não me servem e entrelaçando novos sentidos para minha vida.
Já vivi como mochileira pelo mundo: morei na Irlanda, percorri Europa, Américas e Oriente Médio. Itália, Inglaterra, Alemanha, Turquia, Israel, Jordânia, Egito — todos esses países me ensinaram mais do que livros e teorias poderiam ensinar sozinhos. Foram encontros vivos com o diferente, que revelaram também as partes mais escondidas de mim mesma.
Mas se por muito tempo o chamado foi o mundo, hoje é o Brasil que me faz florescer. O norte, o nordeste e o sul com suas culturas, cores e ritmos são para mim tesouros inesgotáveis. Descobri que não é preciso atravessar oceanos para viver uma imersão cultural profunda — nosso país é uma tapeçaria riquíssima de histórias, tradições e espiritualidade.
Ainda assim, algumas viagens foram verdadeiras iniciações espirituais. Peregrinei pela Índia e pelo Nepal, e essa experiência está registrada no documentário “Yatra – uma viagem externa, interna e secreta”.
“Os desafios da jornada, encarada como prática espiritual, acabam por revelar o universo interno dos viajantes. A mais surpreendente de todas as descobertas é conhecer a si mesmo.”
Assistir ao filme é revisitar esse mergulho intenso, que continua reverberando em minha vida até hoje.
Reflexão final
Viajar é sempre sobre encontro: com o outro, com o mundo, mas principalmente consigo mesma. Cada caminho percorrido é também um convite para ampliar a consciência e nutrir a alma.
